quinta-feira, 26 de maio de 2011

Serra Fina - 2011


“Travessia Serra Fina” 21 a 24 de Abril de 2011 – Feriado de Páscoa.

Após uns 3 meses de preparativos, desistências e confirmações para a travessia fechamos o grupo com 8 pessoas: Marcos (eu), Manoel, Ricardo, Rafael (Kino), Débora (SP), Gabriel, Vinicius e Fabrício (RJ).

Eu e o Manoel chegamos à Passa Quatro-MG na noite de 20/04/2011 por volta das 21:20h. no horário previsto. A espera foi braba, até chegamos a pensar que a galera não iria mais, e cogitamos a possibilidade de irmos só nós dois. Mais depois de alguns telefonemas e troca de mensagens de texto, confirmamos que já estavam a caminho. Motivo do atraso foi o transito, por causa do feriadão o resto da galera só conseguiu chegar a partir das 24:00h. Chegando o Ricardo, depois a Débora e uma meia hora depois foram os cariocas.
Sem esperar nem mais um minuto fomos à casa do Edinho Cipriano, o Sr. que iria nos levar até a Toca do Lobo e nos resgatar no rodovia no fim da Travessia. Após guardar os carros no quintal da casa do Cipriano, arrumamos as mochilas e subimos em cima do caminhão para a ascensão inicial, já passava das 01:00h. lembrando que o Kino que já estava na Toca do Lobo nos esperando, desde as 20:00h. creio eu, coitado pensou que tínhamos dado para trás, passou por umas boas lá em cima sozinho rsrs.
A subida até a Toca tranqüila, mais o frio já estava pegando. Chegando a toca a surpresa.... cadê o Kino??? Pensamos várias coisas, que ele já tinha subido, que tinha desistido e que ele nem tinha ido a Passa Quatro, bom nesse momento nem contávamos mais com ele. Montamos as barracas, fizemos um lanche e fomos tentar dormir um pouco, porque já passava das 03:00h.

1º Dia: 21/04/2011

Depois das 05:00h. +ou- já começou a passar gente pela Toca, já iniciando a Travessia, daew depois dessa hora não dormimos mais com o barulho da galera passando, e lanternas iluminando nossas barracas, pois não eram poucos. As 06:00h. levantamos para iniciarmos o mais cedo possível. Comemos algo, nos enchemos de água para encarar o 1º dia que não é mole não. E começamos a subida era por volta das 08:00h.
Antes mesmo de sairmos da mata fechada, com menos de 30 minutos de trilha ainda no inicio da caminhada, escutamos o Gabriel nos chamar, esperamos por ele e chegou dizendo “Vamos ter de abortar...”, ficamos apreensivos meio sem entender o que ele dizia, aew então ele disse que o Vinicius estava passando mal e até vomitando por causa desconhecida (nós que ficamos não entendemos direito), disse que não iria dar pra eles que estavam indo embora. O Grupo se desfalcou de 03 de uma vez só, e os cariocas tiveram de desistir. Eu, o Mané, Ricardo e a Débora seguimos em frente.
Um pouco mais acima outra surpresa, o Kino estava a nossa espera creio eu que na 2ª ares de Camping, nos cumprimentamos e ele no explicou, que como demoramos e ele estava sem barraca, encontrou com outros montanhistas, e esses o convidaram a subir e dormir aquela noite com eles, claro na incerteza preferiu subir com eles. Melhor o grupo que era naquele momento 4 passou a cinco. Encontros desencontros a parte subimos até o Capim Amarelo.
Esse 1º dia é complicado, as mochilas estão com o peso total, comida para os 4 dias e mais a água para pelo menos dois dias, e a subida que é na minha opinião a mais difícil. No caminho tivemos certa noção do que seria a travessia, muito as pessoas na montanha aproveitando o feriado. Chegando ao Capim Amarelo era umas 11:45h. já meio quebrados e ainda se acostumando à mochila. Lá em cima já estava cheio de pessoas, paramos para comer algo e descansar. Seguimos em frente e fomos ao local do 1º acampamento, como tínhamos combinando anteriormente, acamparíamos no Camping Avançado após o Capim Amarelo, mais por ter muitas pessoas por lá já estávamos pensando em um plano “B” que era ir até o Maracanã. Com um pouco sorte e espanto da nossa parte o camping Avançado estava vazio, após conversarmos decidimos ficar por ali mesmo, pegamos o melhor lugar para armar nossas barracas. Dessa hora em diante passou alguns grupos perguntando se ali era o Maracanã, e dizíamos que era o próximo e estava a pelo menos uma hora dali, mais acho que nem era tudo isso, e tivemos a constatação que o Maracanã estaria lotado e fizemos à coisa certa em ficar por ali mesmo. Passou algumas horas e chegou uma galera, eu contei umas 15 pessoas, e se acomodaram suas barracas do jeito que conseguiram, bem apertadas entre os tufos de Capim de Anta. O local ficou movimentado. Esperamos a noite chegar comemos algo e fomos dormir.

2º Dia

Acordamos bem cedo já pra sairmos o mais cedo possível, a “Pedra da Mina” era o nosso objetivo. Tomamos nosso café da manhã levantamos acampamento e partimos. Avistamos alguns grupos descendo o Capim Amarelo, pensamos em acelerar o passo pra não pegar muito transito. Á nossa frente já no começo, da trilha antes de vencer a primeira montanha, olhei para trás havia mais pessoas na trilha. Deu a 1ª noção da quantidade de gente. Passamos pelo Maracanã, ainda havia algumas pessoas acampadas por lá ainda, mais a frente mais outra área e mais pessoas já se arrumando para trilha. Depois desse ponto a trilha passa por dentro da mata, fica um pouco difícil por causa do calor e da umidade, saindo da mata alcançamos outro grupo, a trilha fica mais técnica por causa das pedras. Depois de muito sobe e desce e algumas escalaminhadas, avistamos o Rio Vermelho e mais a frente à Pedra da Mina às vezes escondida atrás da neblina, e já era hora precisávamos recarregar de água e também nos refrescar. Chegando ao rio despejamos as mochilas no chão para descansar e rolou “semi-banho” rsrs. Comemos algo a e após um merecido descanso avançamos ao topo da pedra. Essa parte também é meio chata por ser muito ingríme, mais após alguns “zig-zags” e paradas estratégicas para descansar chegamos ao topo da travessia a o pico da “Pedra da Mina”.
Para nosso espanto não havia muitas pessoas por lá ainda, e sem esperar muito descemos até sua base para armar nosso acampamento. Após armamos as barracas, acomodarmos nossas coisas e de comer algo, fomos apreciar a vista do lugar com mais calma. Apreciamos um belíssimo por do sol e logo após descemos ata as barracas para jantarmos e nos aprontar para ter uma boa noite de sono.

3º Dia

Acordamos era por volta das 05:30h. da manhã para apreciar o "espetacular" nascer do Sol no topo da Pedra da Mina, e assim foi. A maioria dos montanhistas fizeram, acordaram praticamente na mesma hora para fazer o mesmo. Uma vez lá em cima, quando reparei nas pessoas subindo para ver o "astro rei" dar o ar da graça, lembrei imediatamente do filme "Cidades dos Anjos" (http://brunopadilha.wordpress.com/2008/ ... dos-anjos/)
nas cenas em que os anjos vão apreciar o nascer e o por do sol, muito legal.
Descemos até o acampamento para comer algo, levantamos acampamento para reiniciarmos a caminhada Alguns montanhistas já estavam descendo pelo Paiolinho (dita rota de fuga), pessoas que subiram por a mesma trilha no dia anterior e outras que estavam fazendo meia travessia, mais com a diminuição das pessoas na montanha, já sabíamos que seria complicado arrumar um bom lugar para montar acampamento naquele dia. A descida até "Vale do Ruah" foi tranqüila, mais para atravessá-lo foi um pouco complicado devido ao Capim de Anta, alguns ultrapassavam fácil os 2 metros de altura. Passamos por um grupo que estava acampando bem entre os capins de anta e seguimos em direção ao Cupim de Boi. A trilha segue ao lado do rio, e por algumas vezes pelo seu leito. Deparamos-nos com um poço natural e depois de analisar o frio decidimos tomar um “banho”, na verdade estávamos meio que enrolando, aí a Débora sem pensar muito se jogou naquela água fria primeiro, por questão de honra (rsrs), nós homens do grupo fomos em seguida. A água não estava fria, e sim congelante, era o tempo de submergir e sair, pois doía tudo principalmente os pés.
Logo depois do nosso “banho”, seguimos mais um pouco o leito do rio e mais um pouco a frente paramos para pegar água. Nesse ponto é o ultimo ponto de água da travessia, depois soja chegando à fazenda, por esse motivo, teríamos que nos carregar bem. Subindo o “Cupim de Boi” quando estávamos quase em seu topo, o tempo deu uma virada, e a neblina baixou com vontade, a temperatura caiu e até chegou a preocupar, mais foi passageira e logo se dissipou. A trilha seguiu-se sem muitas distrações, só mesmo as vezes que ultrapassávamos outros montanhistas, por outras eles nos ultrapassava-nos.
Paramos em um morro que antecede o “Pico dos Três Estados”, para descansar e nos hidratar, nisso também chegava outro grupo logo atrás. Alguns minutos depois esse grupo seguiu antes de nós, esperamos um pouco para dar uma distancia para que não atrapalha-se nosso grupo e nem o deles, logo depois descemos sentido o próximo pico e tinha uma parte de mata antes de sua ascensão. Subimos em um ritmo bom até o topo, chegando lá constatamos que nossa sorte de arrumar lugares bons para montar acampamento tinha acabado, lá em cima estava lotado, não cabia mais nem mesmo uma barraca, estávamos com problemas e tínhamos que seguir em frente para arrumar um lugar, nesse momento umas outras pessoas estavam levantando acampamento e perguntaram se gostaríamos de ficar no seu lugar, olhamos bem e vimos que mesmo assim não iria caber, agradecemos mais negamos a oferta.. Comemos bem depressa, nem rolou de apreciar a vista desta vez despeçamos em busca de um outro lugar.
Desse ponto em diante a trilha se tornou um tipo de corrida, aquelas pessoas que nos ofertaram o lugar no “Pico dos Três Estados” estavam um pouco em nossa frente, e aconteceu o inevitável, colamos neles na trilha, era sabido que o local de Camping em seguida não era grande, então quem chegasse primeiro tava na “boua”. O Mané com o Kino aceleraram atrás deles e ficaram literalmente no “calcanhar” deles, o Ricardo foi logo atrás e eu com há Débora um pouco mais distante. O com o dois pressionando o outro grupo, chegou uma hora que um integrante deles caiu de peito em uma pedra, aew já tinha virado “corrida de aventura” mesmo rsrsrs. Mais infelizmente eles chegaram primeiro, só nos restou seguir em frente e torcer pra achar um lugar razoável para acamparmos.
A trilha a partir desse ponto tem uns lugares meio chatos de passar com muitas “escalaminhadas”, mais seguimos firme. Já na base do “Pico dos Ivos” vimos algumas áreas de camping, mais uma era bem no meio da mata, e outro logo no inicio da subida, na verdade os dois lugares eram bem ruins, entramos em acordo e começamos a subir e tentar achar um local melhor, em ultimo caso acampar no topo do Pico dos Ivos,nesse momento chegou a cair umas gotas, ficamos apreensivos, se chovesse complicaria ainda mais as coisas,mais por sorte só ficou nos pingos mesmo. E por muita sorte e recompensa, no meio da subida havia uma área de acampamento, paramos ali, olhamos, pensamos, conversamos e decidimos que era o melhor local que poderíamos arrumar. Pois, tínhamos adiantado em muito a caminhada para o ultimo dia, e ainda era cedo, creio que era quase 16:00h. ainda, o local acomodou perfeitamente nossas barracas e com um certo conforto porque era praticamente plano.
Tive a certeza “há males que vem para o bem” Depois de algum tempo passaram mais alguns montanistas, também estavam à procura de um lugar para acampar, chegaram até a nos perguntar, dissemos que até daria para acampar em no topo do próximo pico, e que a área de acampamento seguinte estaria a pelo menos duas horas de lá de cima. Depois de armadas às barracas e de estarmos bem acomodados, fomos almoçar/jantar ( isso mesmo tudo junto rsrs), porque nesse dia ficamos só nas barrinhas, chocolates, gel de carboidrato, etc. Eu particularmente comi pra caramba, pois estava com fome, até doei uns miojos ao Kino, e outra para ficar leve, e não ter aquele pensamento de ter levado comida para passear na Serra Fina rsrsrsrs.
Conversamos bastante, rimos muito das bobeiras faladas, pois naquele momento só nos restava isso, um bom papo e falar asneiras, para esperar o sono chegar. E chegou....

4º dia
Amanheceu........ levantamos bem cedo para apreciar outro nascimento do Sol. Tomamos nosso ultimo café da manhã da travessia, levantamos acampamento se continuamos a subida até o topo do Pico dos Ivos, o ultimo pico a ser vencido.
Uma vez lá m cima paramos para apreciar a vista e tirar umas fotos, e despencamos morro abaixo. Até um certo ponto da descida sem muitos problemas, mais quando entra na mata o bicho pega. Aqueles bambuzinhos são de tirar o “couro” mesmo, e alguns momentos mistura-se com o capim de anta, aí sim fica ruim, mais se fosse fácil não teria graça né..rsrsrs. Percebemos também que havia chovido no pé das montanhas por aquele lado, os matos estavam muito molhados, demos sorte, pelo visto a chuva parou e não subiu a montanha. Mais alguns quilômetros à frente seguindo por dentro da mata cheia de “bambus”, chega-se a uma parte que a trilha se bifurca, o sentido é à esquerda, dali em diante praticamente a trilha já é bem tranqüila, só o mato que estava meio alto devido às chuvas desse ano. Paramos no primeiro ponto de água para nos hidratarmos e seguimos descendo.
Mais um pouco a trilha vira estrada e já chegamos à fazenda. Essa estrada faz um zig-zag até a porteira de entrada da fazenda. Havia uns carros lá estacionados, com certeza era de alguns montanhistas. Passamos pela porteira da e alguns metros abaixo já chega à rodovia, ponto de encontro para o resgate, era por volta das 11:30h. Ligamos para a casa do Cipriano para avisarmos que já estávamos a sua espera, sua esposa disse que já estava a caminho. Um pouco depois chega uma Kombi, mais não era o Cipriano, o motorista nos cumprimenta e pergunta, se nos éramos o grupo do “Edinho” (até então só o Mané sabia que o nome do Cipriano era esse.rsrs), aí o Mané disse: somos sim, colocamos as mochilas e logo depois nos acomodamos e seguimos em direção a Passa Quatro, o motorista (não me lembro nome dele) perguntou se não tinha problema se ele fosse por estrada de terra, indagamos a ele se era mais rápido, disse que sim, então “bora nóis” pela estradinha de chão batido. Na boa, não achei vantagem nenhuma, pelo tempo que gastamos daria no mesmo se fossemos pelo asfalto, mais fazer o que né.
Chegamos a Passa Quatro pegamos os carros e seguimos em busca de um restaurante. Falando sério!!! Estávamos sem um banho descente a 4 dias, caminhando com uma “puta”mochila nas costas, certeza que estávamos com um “odor maligno”..rsrrs. Mais quem liga não percebíamos nosso fedor mesmo. Achamos um restaurante, fizemos nosso prato e pedimos uma cerveja para brindarmos nossa aventura.

“É nóis na Fina”!!!!!













































































Abraços

Marcos